segunda-feira, 31 de maio de 2010

O lado b da sessão




Nos anos 90, um grupo de jovens realizadores audiovisuais discutia sobre o cinema underground, a diferença do vídeo e da película e o que era fazer cinema em Porto Alegre.

O curioso é que mais de 10 anos se passaram e as interrogações - e os problemas - seguem os mesmos.

Spolidoro, no primeiro filme que dirigiu, “Velinhas”, dizia que tratava-se de um roteiro "superficialista fragmentado”, um retrato da sua geração, com assuntos efêmeros e sem nenhuma profundidade. Já estamos em 2010 e o tópico ainda é atual.

A grande diferença é que a geração super-8, além de ver, falar e fazer cinema, discutia cinema. Era uma geração de atitude. Uma geração que não se contentava com a pouca crítica cinematográfica existente, com o saber sem saber. Um grupo relativamente pequeno e jovem, mas que “unia a turma” e falava o que pensava, colocava as ideias num papel e as distribuia através de uma espécie de jornal. Como tudo que é independente, era bancado por eles mesmos, mas nada que os impedisse.

O grande trunfo da sessão Spolidoro Lado B não foi simplesmente mostrar o começo de um dos mais renomados diretores de Porto Alegre. Foi mostrar o quanto é importante a iniciativa de um aglomerado que faça mais do que só exibir filmes, e sim, criar um pensar cinematográfico.

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